Página:O Gaucho (Volume I).djvu/62

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Em um ápice estava a égua arreada. Eram a cincha, o peitoral e as rédeas, feitos de couro cru, que lá chamam guasca, e depois de seco resiste ao aço.

— Quem vai, gente? perguntou um da roda.

Ninguém respondeu.

— Esfriou-lhes a gana! Exclamou o chileno com riso motejador.

— Eu cá estava à espera dos senhores para não dizerem que lhes tomava a mão, disse afinal o paraguaio. Visto ninguém querer, vamos nós bailar, rapariga.

— Nada, o amigo que primeiro apostou, deve ter a dianteira. Não é, senhores?

— Pois decerto.

— Então, perguntou o paraguaio dirigindo-se ao chileno: o animal é de quem montar. Está dito?

— E escrito.

— Não há mais arrepender?

— Palavra de um guasca. Arrebenta, mas não arrepende.

— Bravo! exclamaram em roda.

Para ter jeito de montar, afrouxou o paraguaio o laço que prendia os quartos do animal