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Página:O Gaucho (Volume II).djvu/121

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rasgar a camisa para estancar-lhe o sangue; foi o primeiro ímpeto do gaúcho. O cavalo fitou os olhos no dono, com uma expressão eloqüente e expirou.

Ajoelhado junto ao cadáver, e abraçado com ele, Canho deu expansão à sua dor.

— Morreste, meu amigo; chegou tua hora. A nossa, a de teu companheiro de infância e de teus camaradas, talvez não esteja longe; talvez que vamos ter contigo muito breve! Mas eu sempre pensei que a ti, o bravo dos bravos, estava reservada a fortuna de morrer combatendo, e não pela mão traiçoeira de um malvado!... Morreste por dedicação; mas serás vingado, amigo! Eu juro sobre tua sepultura; e esses dois irmãos juram comigo.

O Juca e a Morena que gemiam sobre o corpo do companheiro, escavaram o chão com a pata, e dardejaram ao longe um olhar que parecia uma espadana de fogo.

Canho fez um esforço; tinha ainda um dever a cumprir para com o amigo: era o de dar-lhe sepultura, para que não fosse pasto dos abutres. Com o ferro da lança e as mãos abriu uma cova profunda na próxima capoeira; e arrastando