Página:O Gaucho (Volume II).djvu/157

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um arpejo da brisa, Canho levou rapidamente as mãos ao rosto para espancar a alucinação dos sentidos.

Mas era realidade e não sonho a suave aparição. Catita assomava entre a ramagem, por onde perpassou ligeiro o vulto da Morena. foram seus lábios que murmuraram o nome dele; foram seus olhos que cintilaram na espessura.

— Viva! balbuciou o gaúcho.

É ocasião de referir a cena que se passou depois do assalto dos chimarrões.

Resignada a morrer, Catita ficara debruçada sobre o corpo da Morena. um dos molossos primeiro arrojou-se, e abocanhando-lhe a saia arrancou uma tira. Com o grito da moça, a égua despertou; e vibrando o casco, esborrachou o focinho do cão.

O curativo da ferida e a nutrição que recebera tinham restituído à baia algum vigor; e fazendo um esforço pôde erguer-se sobre as três patas, e preparou-se para defender valentemente a vida da amiga que velara sobre ela com tanta solicitude.

Nesse momento os latidos que a moça ouvira em distância aproximaram-se; e um turbilhão passou