que o gaúcho a salvasse, ela não pretendia sacrificar-se como parecera. Tinha avistado adiante uma árvore, sob cujos ramos ia passar.
Foi ali que Manuel alcançou a mula. Já suspensa a um dos galhos a moça sentou-se tranqüilamente nas ancas do cavalo, e ali ficou de garupa, como naquele tempo era usa viajarem as mulheres que tinham medo de montar.
Com a surpresa que sofreu, Manuel esteve um instante perplexo, não sabendo a que atender, se à moça que ria-se ainda, se à mula que fugia sempre. Foi quando o animal com as mãos já erguidas sobre o precipício ia despenhar-se, que Manuel, atirando o laço, o suspendeu em meio da queda.
Para isso o gaúcho se lançara do cavalo abaixo; e apoiando a trança da árvore, imprimira tamanho arranco ao laço que a mula, cingida pelos peitos, rodou, estendendo o costado pelo chão.
Nisso chegaram Lucas e Félix; em um momento estava a mula subjugada pelos dois viajantes, que, depois de tirados os arreios, meteram-lhe o rebenque de rijo.
— Deixa-te de partes, mula! dizia o Félix.