— Não quero enganar a ninguém.
— Agora é que fala assim.
— Algum dia disse que lhe queria bem?
— Mas também por que não me desenganou logo?
— Por quê?... Porque você não me aborrecia como agora, que passa toda a noite rondando esta porta. Quem visse, havia de dizer que você é meu namorado.
Félix fez um movimento de cólera; e depois de uma pausa murmurou com voz surda:
— Bem sei a causa disso!
— Ah! Sabe? Está mais adiantado do que eu.
— Não disfarce, Catita. Cuida que eu não tenho olhos para ver?
— O quê?
— Você ficou assim desde que nos encontramos com Manuel Canho. Logo naquele dia você não tirou os olhos dele. Bem reparei.
— Só isso? perguntou a moça com uma risadinha de escárnio.
— Depois, pensa que eu não via como você se enfeitava por causa dele? A cada instante se requebrando, para ver ser o enfeitiçava; mas ele, nem caso?