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Página:O Guarani.djvu/198

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—Aonde?

—Nes... ta...

O moribundo agonizava.

Fr. Ângelo, debruçado inteiramente sobre ele, com o ouvido colado à sua boca onde borbulhava uma espuma vermelha, com a mão sobre o coração para ver se ainda palpitava, parecia querer reter o último sopro da vida, a fim de tirar dele uma palavra ainda.

—Aonde?... murmurava de vez em quando o frade com a voz cava.

O enfermo agonizava sempre; os soluços extremos da vida que se apaga como a lâmpada que bruxuleia, agitavam apenas o corpo enregelado.

Por fim o frade viu-o levantar o braço hirto, apontando para a parede, e sentiu os seus lábios gelados e convulsos que tremeram, lançando no seu ouvido uma palavra que o fez saltar sobre o leito.

—Cruz!...

Fr. Ângelo ergueu-se circulando o aposento com a vista alucinada; na cabeceira da cama havia um Cristo de ferro sobre uma grande cruz de pau tosca e mal lavrada.

Com um movimento de raiva o frade apoderou-