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Página:O Guarani.djvu/212

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`Peri, primeiro de todos, tu és belo como o sol, e flexível como a cana selvagem que te deu o nome; as mulheres são tuas escravas'.

"Peri ouviu e não respondeu; nem a voz de sua mãe, nem o canto dos guerreiros, nem o amor das mulheres, o fez sorrir.

"Na casa da cruz, no meio do fogo, Peri tinha visto a senhora dos brancos; era alva como a filha da lua; era bela como a garça do rio.

"Tinha a cor do céu nos olhos; a cor do sol nos cabelos; estava vestida de nuvens, com um cinto de estrelas e uma pluma de luz.

"O fogo passou; a casa da cruz caiu.

"De noite Peri teve um sonho; a senhora apareceu; estava triste e falou assim:

`Peri, guerreiro livre, tu és meu escravo; tu me seguirás por toda a parte, como a estrela grande acompanha o dia'.

"A lua tinha voltado o seu arco vermelho, quando tornamos da guerra; todas as noites Peri via a senhora na sua nuvem; ela não tocava a terra, e Peri não podia subir ao céu.

"O cajueiro quando perde a sua folha parece morto; não tem flor, nem sombra; chora umas lágrimas doces como o mel dos seus frutos.

"Assim Peri ficou triste.