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Página:O Guarani.djvu/222

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um por sua vez, já me descreveram a cerimônia que ora pondes em prática.

—Não obstante...

—Escusado é. Sei tudo, aceito tudo, juro tudo que quiserdes.

E dizendo isto o italiano fez uma viravolta, e dirigiu-se para o gabinete de D. Antônio enquanto o escudeiro, zangado por não ter levado ao fim a cena de iniciação a que dava tão grande valor, resmungava:

—Não pode ser boa casta de gente!

Loredano apresentou-se a D. Antônio.

—Então? disse o fidalgo.

—Aceito.

—Bem; agora só falta uma coisa, que Aires Gomes não vos disse naturalmente.

—Qual, sr. cavalheiro?

—É que D. Antônio de Mariz, disse o fidalgo pousando a mão sobre o ombro do italiano, é um chefe rigoroso para seus homens, porém um amigo leal para seus companheiros. Sou aqui o senhor da casa e o pai de toda a família a que atualmente pertenceis.

O italiano curvou-se para agradecer, mas sobretudo para esconder a alteração da fisionomia.