se D. Antônio de Mariz soubesse que me bati com um homem da vossa qualidade.
— Sigamos, sr. cavalheiro; nós nos odiamos bastante para não gastarmos tempo em palavras.
Ambos tomaram na direção do rio, cujo estrépito ouvia-se distintamente.
Álvaro, valente e corajoso, desprezava muito o seu inimigo para ter o menor receio dele; demais a sua alma nobre e leal, incapaz da mais pequena vilania, não pensava na traição. Nunca podia lembrar-lhe que um homem que o viera provocar e ia medir-se com ele num combate franco, levasse a infâmia a ponto de querer feri-lo pelas costas.
Assim, continuou a caminhar, quando o italiano, deixando cair de propósito a cinta da espada, parou um instante para apanhá-la e prendê-la de novo.
O que passava então no seu espírito não estava de acordo com as idéias nobres do cavalheiro; vendo o moço adiantar-se, disse consigo:
— Preciso da vida desse homem, eu a tenho! Seria uma loucura deixá-la escapar, e pôr a minha em risco. Um duelo neste deserto, sem testemunhas, é um combate em que a vitória pertence ao mais esperto.