Antônio de Mariz, que não podia dominar a sua emoção.
— Peri vai partir; tu mandas, ele obedece; antes que o sol deixe a terra, Peri deixará tua casa; o sol voltará amanhã, Peri não voltará nunca. Leva a morte no seio porque parte hoje; levaria a alegria se partisse no fim da lua.
— Por que razão? perguntou D. Antônio; desde que é necessário que nos separemos, tanto deves sentir hoje como daqui a três dias.
— Não, replicou o índio; tu vais ser atacado amanhã talvez, e Peri estaria contigo para defender-te.
— Vou ser atacado? exclamou D. Antônio pensativo.
— Sim: podes contar.
— E por quem?
— Pelo Aimoré.
— E como sabes isto? perguntou D. Antônio fitando nele um olhar desconfiado.
O índio hesitou durante um momento; estudava a resposta.
— Peri sabe porque viu o pai e o irmão da índia, que teu filho matou sem querer, olharem tua casa de longe, soltarem o grito da vingança, e caminharem para sua tribo.
— E tu o que fizeste?
— Peri viu-os passar;