a porta para conhecer o que perturbava o seu sono: a porta, como sabemos, estava fechada e sem chave.
O escudeiro esfregou os olhos para certificar-se do que via, e acordando Nunes, perguntou-lhe quem tomara aquela medida de precaução; seu amigo ignorava como ele.
Nesse momento ouvia-se a voz do italiano que excitava os aventureiros à revolta; Aires Gomes percebeu então do que se tratava.
Agarrou mestre Nunes, encostou-o à parede como se fosse uma escada, e sem dizer palavra trepou do catre sobre seus ombros, e levantando as telhas com a cabeça enfiou por entre as ripas dos caibros.
Apenas ganhou o telhado, o escudeiro pensou no que devia fazer; e assentou que o verdadeiro era dar parte a Álvaro e ao fidalgo, a quem cabia tomar as providências que o acaso pedia.
D. Antônio de Mariz sem se perturbar ouviu a narração do escudeiro, como tinha ouvido a do índio.
— Bem, meus amigos! sei o que me cumpre fazer. Nada de rumor; não perturbemos o sossego da casa; estou certo que isto passará. Esperai-me aqui.