Página:O Guarani.djvu/543

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— Tenho porém um meio de salvar-vos.

— Qual? perguntaram todos a uma voz.

— Esperai. Posso salvar-vos; mas isto não quer dizer que esteja disposto a fazê-lo.

— Por que razão?

— Por quê?... Porque todo o serviço tem o seu preço.

— Que exigis então? disse Martim Vaz.

— Exijo que me acompanheis, que me obedeçais cegamente, suceda o que suceder.

— Podeis ficar descansado, disse um dos aventureiros; eu respondo pelos meus companheiros.

— Sim! exclamaram os outros.

— Bem! Sabeis o que vamos fazer, já, neste momento?

— Não; mas vós nos direis.

— Escutai! Vamos acabar de demolir esta parede e atirá-la dentro; entrar nesta sala, e matar tudo quanto encontrarmos, menos uma pessoa.

— E essa pessoa...

— É a filha de D. Antônio de Mariz, Cecília. Se algum de vós deseja a outra, pode tomá-la; eu vo-la dou.

— E depois disso feito?

— Tomamos conta da casa; reunimos os nossos companheiros e atacamos os Aimorés.