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Página:O Guarani.djvu/553

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Era a hora em que a sombra das montanhas sobe às encostas e o jacaré deitado sobre a areia se aquece aos raios do sol.

O ar estrugiu com os sons roucos da inúbia e do maracá; ao mesmo tempo um canto selvagem, o canto guerreiro dos Aimorés, misturou-se com a harmonia sinistra daqueles instrumentos ásperos e retumbantes.

A índia deitada junto da árvore sobressaltou-se, e erguendo-se rapidamente, acenou ao prisioneiro mostrando-lhe a floresta e suplicando-lhe que fugisse. Peri sorriu como da primeira vez; tomando a mão da menina a fez sentar perto dele, e tirou do pescoço a cruz de ouro que Cecília lhe havia dado.

Então começou entre ele e a selvagem uma conversa por acenos de que seria difícil dar uma idéia.

Peri dizia à menina que lhe dava aquela cruz como lembrança, mas que só depois que ele morresse é que devia tirá-la do pescoço. A selvagem entendeu ou julgou entender o que Peri procurava exprimir simbolicamente, e beijou-lhe as mãos em sinal de reconhecimento.

O prisioneiro obrigou-a a atar de novo os laços que o ligavam, e que ela