votasse só ao sacrifício bárbaro dos selvagens para salvar minha filha, eu o faria sorrindo.
— E por que recusas o que Peri te pede?
— Por quê?... Porque o que tu pedes não é um sacrifício, é uma vergonha; é uma traição. Tu abandonarias tua mulher, teus companheiros, para salvar-te do inimigo, Peri?...
O índio abaixou a cabeça com abatimento.
— Demais, essa empresa demanda forças com que um velho como eu já não pode contar. Havia duas pessoas que a poderiam realizar.
— Quem? perguntou Peri com um raio de esperança.
— Uma era meu filho, que a esta hora está bem longe daqui; a outra deixou-nos esta manhã e nos espera; era Álvaro.
— Peri fez pela senhora o que podia; tu não queres salvá-la; Peri vai morrer a seus pés.
— Morrer? disse o fidalgo. Quando tens a liberdade e a vida à tua disposição? E julgas que consentirei nisto?... Nunca! Vai, Peri; conserva a lembrança de teus amigos; a nossa alma te acompanhará na terra. Adeus. Parte: o tempo urge.
O índio ergueu a cabeça com um gesto soberbo de indignação.
— Peri arriscou bastantes vezes a sua vida