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— Propositalmente. Admiro-o, leio-o com prazer, com imenso prazer mesmo, mas julgo-o na prosa, além de demasiadamente pessoal, um estacionário; não podia, portanto, incluí-lo entre os prosadores que citei, como permiti-me não incluir também Rui Barbosa e Euclides da Cunha, porquanto a prosa de ambos não pode, a meu ver, ser considerada prosa artística. Serão, antes, escritores notáveis que, a rigor e propriamente literatos, considerando esta última classificação em relação a coisas de arte, que é do que se está tratando.

— Não podia precisar quais sejam os grupos de que há pouco falou?

— Eles existem; todos os conhecem. Para que citar nomes?

— Pertence a alguns?

— Nunca. Ligo-me, apenas, de um modo acentuadamente íntimo a dois dos nossos mais admiráveis artistas, um da prosa e outro do verso: Gonzaga Duque e Mário Pederneiras; amo-os, tenho-os como dois irmãos; mas, nas íntimas relações pessoais que nos ligam, as nossas individualidades de arte, embora se admirem e sejam afins na orientação, se independem; não formamos, por conseguinte, um grupo, uma coterie literária, mas um trio de velha afetividade duradoura e carinhosa.

Compreendo, e passo aos Estados. À minha pergunta Lima, Campos sorri...