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os modernos: Goethe e Hugo, na poesia; Flaubert e Zola, os Goncourt e Eça de Queirós, no romance.

2ª. A Flora de Maio; desta as poesias Dolor Supremus e Em Passeio, além do Livro de Isa. Em prosa: O Paraguai e a Questão do Divórcio.

3ª. Sim, atravessamos um período estacionário. Os representantes das diversas escolas são ainda os mesmos de 20 anos atrás, mas emudeceram quase por completo.

4ª. Não me parece; a inspiração literária, para consumo de todo o Brasil, continua a ser importada de França, e chega muito deteriorada pelos imitadores sem talento, principalmente de Verlaine.

5ª. Atualmente é um péssimo fator. Dominou-o o espírito prático da época; o jornalista está quase substituído pelo repórter; as redações, de focos intelectuais, converteram-se em casas de negócio; as colunas da imprensa estão quase trancadas às produções intelectuais; os talentos reais, que ainda colaboram nela, já refletem o espírito prático dessas empresas mercantis: a crônica política, o comentário sobre os assuntos da vida burguesa e conservadora, a chalaça pérfida, o verso mordaz e a invectiva sórdida ou desabalada substituíram a obra forte da intelectualidade.

Ninguém produz, porque já não há quem