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mais profundamente na formação da minha mentalidade. O fenomenalismo do Mundo como vontade e como representação, retificado pela filosofia nietzscheana, e a serenidade de Goethe tornaram mais luminosa a minha visão estética. Foi em Schopenhauer que aprendi que "uma existência feliz é impossível, que o que o homem pode realizar de mais belo é uma existência heróica". Max Stirner, o autor desse livro imortal, único na história do pensamento, que é O Único e sua Propriedade, o código do individualismo e o gerador do anarquismo moderno, livro que a censura achou "absurdo demais para ser perigoso" e que mãos generosas arrancaram do esquecimento para lançar no mar vivo das controvérsias contemporâneas, Max Stirner e Frederico Nietzsche, este com o seu niilismo dionisiano e com seu ideal trágico da vida, são os meus grandes, os meus maiores, os meus verdadeiros educadores, porque me ensinaram bastante a pensar, me induziram a procurar e encontrar meu eu, foram os autores da minha emancipação intelectual.

"Os teus verdadeiros educadores, diz o verbo luminoso de Nietzsche, que são também teus formadores, revelam-te o que é o sentido primitivo e a essência elementar do teu ser, qualquer coisa que não se deixa nem educar nem formar, em todo caso, alguma coisa que é de acesso difícil, que está subjugada e paralisada; teus