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O reino de Kiato
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O material era o papelão comprimido. Encimando as columnatas, capiteis em um estylo novo, mais elegante do que o dorico, jonico, corynthio e outros.

Faltava menos de um mez para a commemoração do centenario e não se sabiam como seriam as festas. Uma noite Paterson disse a Robert que a originalidade d’aquelle povo tocava ao absurdo.

Robert protestou:

— Nós, os outros habitantes do globo, não temos competencia nem criterio para julgar gente tão perfeita. Nos outros paizes, por exemplo, a emancipação da mulher dá uma perfeita idéa do progresso, da liberdade, da grandeza, da cultura espiritual do povo. Aqui, quem fosse julgar a mulher pelos cargos que occupa, pelos direitos politicos que exerce, tinha de consideral-a unica e simplesmente um animal que se reproduz. Puro engano. A mulher de Kiato está no seu verdadeiro papel, preenche perfeitamente os fins para que foi creada.

A mulher no lar, cuidando da educação dos filhos, da formação do caracter d’elles nos moldes da sã moral, da sua educação physica, presta mais serviços á patria, ao genero humano do que no parlamento ditando leis. O exercicio de profissões liberaes está em completo desacordo com o seu organismo. Ha periodos na vida em que todo exercicio lhe é interdicto. E si ella sacrifica os deveres de mãi aos deveres de sua profissão, a humanidade será fatalmente prejudicada.

Robert era hoje mais kiatense do que inglez.

Paterson, depois de ouvil-o, oppoz-lhe algumas contraditas. A mulher, disse, ficou estacionaria em Kiato. A sua acção social era ali completamente nulla. Dotada dos mesmos attributos intellectuaes que o homem, com mais