IX
A sucuri
UM monstro! Acuda, saci! Um monstro com corpo de cobra e cabeça de boi!... gritou Pedrinho, trepando de novo no guarantã com velocidade ainda maior do que da primeira vez.
O saci foi ver o que era e voltou dizendo:
— E´ uma sucuri que acaba de engulir um boi. Desça que não ha perigo. Ela está dormindo e dormirá assim dois ou tres meses até que o boi esteja digerido.
Apesar da confiança que o saci lhe merecia, o menino foi pulando de arvore em arvore para só descer a cem passos dali. Mas como a tentação de ver a sucuri fosse grande, foi voltando, voltando, até chegar em ponto de onde pudesse observa-la á vontade.
Era das maiores que se poderiam encontrar, devendo ter pelo menos uns trinta metros de comprimento e a grossura da cabeça de um homem. Pedrinho não podia compreender como um boi inteiro pudesse caber dentro dela.
— Muito simples, explicou o saci. A sucuri enlaça o boi, quebra-lhe todos os ossos e amassa-o de tal maneira que o torna comprido como um chouriço. Depois cobre-lhe o corpo de uma baba muito lisa, e começa a enguli-lo lentamente. Vai indo, vai indo, até que dá com ele inteiro no