cobra e outras vezes a forma de passaro. Sob estas formas voa na frente dos cavaleiros que fazem caminhadas durante a noite, atrasando-lhes a viagem. Dizem que esse fogo volante se deixa atrair pelo ferro. E então o meio de livrarem-se dele consiste em desatar o laço que os gauchos costumam trazer consigo e deixar que ele se estenda pelo chão. Como a argola do laço é de ferro, o Boitatá sente-se atraido e vai seguindo o cavaleiro. — Oh! exclamou Pedrinho, já sei donde vem esse Boitatá. Vóvó me explicou tudo. Chama-se fogo-fatuo e é emanação do fosforo que ha nos cadaveres em decomposição. Porisso a gente do campo só vê o Boitatá perto das carniças.
— Seja lá o que for, disse o saci, o fato é que não ha gaucho lá no Sul que não conte mil coisas do Boitatá.
— Por falar em Sul, sabe você a historia do Negrinho do Pastorejo? Com certeza ha de ser uma especie de saci lá do Rio Grande.