absorvidas estavam as duas velhas, que nenhuma percebeu a chegada dos valentes salvadores.
— Que ha, vóvó? foi gritando Pedrinho.
Dona Benta ergueu a cabeça e arregalou os olhos, como se a aparição de Pedrinho fosse um sonho. Tia Nastacia fez o mesmo, mais assustada do que admirada de ver o menino outra vez.
— Pedrinho! exclamou a pobre avó com expressão de esperança nos olhos vermelhos de tanto chorar. Até que enfim você apareceu! Estavamos aqui desesperadas, porque perder um neto já era demais, mas perder dois seria coisa superior ás nossas forças..
— Perder dois? Quer dizer que Narizinho desapareceu?
— Sim, meu filho! Logo que você se sumiu desta casa da maneira mais misteriosa, nada dizendo a ninguem, Narizinho saiu a dar uma volta pelos pastos para ver se encontrava você. Andou por lá gritando: “Pedrinho! Pedrinho!” uma porção de tempo, até que de repente se calou. Julgamos que tivesse achado você e ficamos muito contentes. Mas o tempo foi passando e nada de Narizinho voltar. Tia Nastacia e eu démos uma volta pelo pasto, chegamos até á casa do tio Barnabé e nada. Isso ás tres horas da tarde. Já são duas da madrugada e não tivemos ainda menor indicio de onde possa estar a coitadinha da minha querida neta...
Dizendo isto dona Benta rompeu de novo em choro, acompanhada de tia Nastacia.
Pedrinho contou onde estivera e, depois de consultar em segredo o saci, consolou dona Benta e a preta, dizendo que sabiam onde Narizinho estar e que iriam busca-la.