meras vezes vence a força. Faça das tripas coração e acompanhe-me. O mau foi termos deixado escapar o porco que nos trouxe. Precisamos descobrir nová montaria.
— Isso é facil. O meu cavalinho pangaré está no pasto de dentro. Manso como é, podemos pega-lo e cavalga-lo em pelo.
— Pois vamos pegar o pangaré, concordou o saci.
Não foi dificil. Logo que o cavalinho reconheceu o dono, veio na direção dele no trote. Pedrinho montou, com o saci na garupa, e lá partiu na galopada.
Pedrinho logo percebeu que qualquer animal que o saci montava mudava de modos, ficando não só mais ligeiro do que nunca e fogoso, como ainda com um senso de direção que parecia sobrenatural. Inumeras vezes tinha cavalgado pangaré e galopado nele; nunca, porem, o vira assim tão ardente e veloz. Era como se o saci lhe comunicasse alguma força magica, que não é propria dos cavalos. Tal foi a velocidade desenvolvida pelo pangaré que Pedrinho não pode deixar de dizer:
— Mais parece o famoso Pégaso do que o meu velho e lerdo pangaré! Estou estranhando isto...
— Não estranhe coisa nenhuma, aconselhou o saci. Tudo são misterios que só eu sei e que não vale a pena explicar agora. Não fale comigo, não me atrapalhe. Estou fazendo um grande esforço de cabeça para aperfeiçoar o meu plano de não só lograr a Cuca malvada, como ainda castiga-la como merece.
— Conte ao menos um pedacinho dessa grande ideia, para me consolar.
— E’ uma ideia que aprendi com dona Benta, respondeu o saci.