no tanque formado pelo rochedo.
A princípio ela só viu o espelho cristalino, onde sua imagem se refletia, como o rosto diáfano de alguma náiade. Pouco depois teve um ligeiro sobressalto e, estendendo o colo, murmurou sorrindo:
— Lá está!
Com efeito distinguia-se no fundo do lago, mas vagamente, o busto gracioso de uma moça, com longos cabelos anelados que lhe caíam pelas espáduas. A ondulação das águas não deixava bem distinguir os contornos, e produzia na vista uma oscilação contínua.
Seria a sua própria imagem que mudara de lugar com seu movimento? Além de aparecer o busto de mulher muito distante, tinha a cabeça voltada em sentido oposto.
Alice quedou-se, com os olhos fixos e imóveis para não perder o menor movimento da fada. Às vezes sentia uma vacilação rápida na fronte; mas era uma impressão fugitiva; passava logo.
Pouco a pouco a figura da mãe-d’água, de sombra que era, foi se debuxando a seus olhos. Era moça de formosura arrebatadora; tinha os cabelos