era de ambos, para o que dispunha o deputado de grande influência no ânimo do barão.
Mas o Sr. Domingos Pais, com seu desazo desmanchou o plano tão bem combinado. A cena grotesca do pato produziu no conselheiro um abalo terrível. O novo estadista sucumbiu ante as consequências incalculáveis que daquele incidente podiam resultar para a sua carreira. Viu seu futuro esmagado pelo ridículo, esse corrosivo moral, a que não resistem as mais sólidas reputações; e da qual nem o talento, nem a virtude preservam os caracteres. O ministério parecia-lhe agora uma rocha inacessível; do próprio Parlamento, quem sabe se não o expulsariam os sarcasmos dos candidatos rivais. Para qualquer horizonte que se voltasse, surgia-lhe em face de sua ambição o demônio do escárnio e soltava uma gargalhada estridente, que o arrepiava até a medula.
Se vivesse atualmente, é natural que o acidente do pato, longe de desanimar o homem, ao contrário lhe enchesse a alma de abundâncias. O ridículo hoje em dia é um meio de subir; pois o ridículo habitua o homem à humilhação, e a humilhação forma o capitel dessa coluna de virtudes