Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/200

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— Se Alice me ama, sr. barão, disse o moço em tom austero, é uma desgraça...

— Por quê? atalhou o barão assustado. O senhor não retribui essa afeição?

— Eu?... Também a amo, senhor; porém Deus é testemunha que esse amor puro e inocente não fui eu que o inspirei à sua filha. Ao contrário, tudo fiz para evitá-lo; e era minha intenção afastar-me desta casa, aonde talvez não devera ter voltado, depois que dela saí.

— Não o compreendo. Se ambos se amam, o que se opõe à sua felicidade quando todos a desejam?

— O céu!... murmurou Mário engolfando os olhos no éter azul.

O barão vergou a cabeça ao peito; e o moço, com a face apoiada no revés da mão direita, permaneceu na mesma posição com os olhos embebidos no firmamento. Afinal compreendeu ele o perigo da situação, e estremecido pelo desejo ardente de defender a ventura de sua filha querida, sacudiu o torpor.

O pai extremoso empregou todos os recursos para destruir no ânimo do mancebo os escrúpulos