Página:O Tronco do Ipê (Volume II).djvu/58

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tinha ainda chegado de todo, pois não lhe ouvira as confidências dos sete tão longos anos de separação; nem começara aquela doce comunhão que na infância os unia, apesar das teimas e arrebatamentos do menino.

Vendo Mário aparecer na porta, a moça perguntou-lhe:

— Foi passear?

— Dei uma volta apenas, respondeu Mário admirando a agilidade dos dedos da gentil costureira.

— Que está reparando?...

Ia dizer Mário; porém conteve-se.

— Na ligeireza de suas mãos.

— Que remédio? Se não for assim não tenho tempo de acabar; mas também sai cada ponto!... Olhe.

Pela faceirice de mostrar o seu ponto miudinho, e também para esconder sob o linho as mãozinhas, ela aproximou a costura dos olhos do moço.

— Realmente são imensos! Do mesmo tamanho eu os faço escrevendo.

— Que exageração!

— Não acredita?