entregando-lhe uma bolsa de couro com alguns almorabitinos, disse-lhe:
— Far-me-ás tu, Abul-Hassan, ainda uma vez o serviço que tantas te devi antes de partir para o ultramar?
— Posto que o ódio contra os meus irmãos - respondeu sorrindo
O árabe - vos levasse tão longe para lhes derramar o sangue, como se vos não bastasse o dos muslins da Espanha, nem por isso vos perdi a afeição, porque sei por experiência que ao menos não seríeis cruel para com os vencidos, como são quase todos os guerreiros cristãos. O serviço de que me falais, sem que mo dissésseis, já eu o adivinhei. A chave da porta secreta da torre do miradouro ainda está em meu poder, porque ainda me não tiraram o cargo do jardim da rainha. À hora da quinta oração podeis vir buscá-la aqui.
— Não é isso só - interrompeu o cavaleiro -; é necessário que ainda hoje vás ao soveral que se estende junto ao vau do Avicela. Aí estará um escudeiro com o meu cavalo de batalha e as minhas armas: mostrando-lhe este anel, ele te entregará tudo. Conduze-me aqui o ginete e as armas ao cair do dia. Depois esperar-me-ás junto ao passadiço da torre para o jardim. O anel, esse, guardá-lo-ás para ti.