tinha notado quão frequentes vezes seu tio lançara os olhos inquietos para a porta: isto lhe provara que esperava alguém, e a falta do alferes-mor que esse alguém era ele. Atento então a ver se o descobria no meio dos sergentes que entravam e saíam da sala vira-o chegar. O modo por que se postara atrás dos escudeiros confirmou-lhe as suspeitas. Hesitou algum tempo, mas finalmente resolveu-se a sair da fileira dos pajens e a chegar-se ao conde.
— Meu senhor e tio - disse o rapaz em voz baixa -, vede Garcia Bermudes que despreza o seu lugar de cavaleiro.
E acrescentou: - Não o faria eu, se como ele calçasse acicates dourados.
— Por essa nova que me deste os mereces, meu sobrinho - respondeu Fernando Peres no mesmo tom. - Tê-los-ás mais cedo do que o esperas, se bem desempenhares o que te vou ordenar.
Fitara os olhos no alferes-mor: o sinal que este lhe fez desoprimiu o coração do conde.
— Tructesindo - disse ele ao pajem -, aproxima-te da rainha o mais que puderes, e dize a qualquer dos seus donzéis de modo que ela te ouça: é tempo de acabar o festim.
Daí a pouco, o mordomo da cúria descendo