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Página:O bobo (1910).djvu/260

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amor ardente e ilimitado. Perdoar-me-á minha mãe adotiva?...

— E porque não? - atalhou Fernando Peres. - Não sabe ela o que é o amor de uma donzela, louquinha? Aqueles que favoreceram a arriscada tentativa de Egas é que eu não sei se ela perdoará; porque foi falta de lealdade.

— Deitar-me-ei aos pés da minha boa rainha - acudiu Dulce - para que perdoe ao pobre Abul-Hassan...

— É verdade... a Abul-Hassan - interrompeu de novo o conde com alguma hesitação como quem começa a achar o fio de um labirinto intrincado. - A esse ainda será fácil... Falou-me nele o bom Egas... Mas cavaleiros que devem preito e menagem a D. Teresa!... Gonçalo Mendes que o seguiu ao arraial de meu senhor o infante... Enfim tu sabes o resto: bem vês que em tais casos, apesar de uma reconciliação completa...

— Não sei mais nada. Desde que Egas partiu ignoro tudo... jurovos que o ignoro. Mas que importa? Arainha...

— Demónio! - bradou o conde mudando repentinamente de tom e de gesto. - Que não possa achar a urdidura desta negra teia! Não sabes mais nada, mulher? Pois eu sei de ti o que desejava! Miserável, que apenas os olhos