Tudo esqueceria na edificação de um castelo do século XI ou XII menos um bom e sólido cárcere, com troneiras bem estreitas e engradadas de grossas barras de ferro. Às vezes os aposentos eram mal reparados contra as injúrias das estações e os muros débeis e pouco vigiados; mas a masmorra sumida debaixo de torre maciça, escassamente alumiada, com seus alçapões de grosso carvalho, suas entradas ocultas, por onde em muitas ocasiões os nobres alcaides e senhores iam, não sentidos, praticar as atrocidades que se lêem nas memórias daquela época, e a que ordinariamente dava origem a vingança ou a cobiça; esse aposento de angústia, dizemos, nunca deixava de ser construído com primor. O cárcere do castelo era quase sempre uma propriedade mais valiosa e produtiva que todas as terras, vilas, herdades
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