as suas redes de malha, e sob os pesados arneses de seus donos, que em pé nos estribos e apertando-os entre as duras joelheiras de ferro os faziam bater de peitos um no outro, e misturarem a escuma ensanguentada que lhes cobria os freios e salpicava as crinas. Os pobres animais meneavam-se já a custo, e as forças e o ânimo feroz dos cavaleiros não quebravam, antes pareciam crescer. Quase ao mesmo tempo os ginetes ajoelharam e caíram; mas de um salto os dois adversários ficaram em pé com a espada na mão. Os besteiros e fundeiros que os cercavam tinham cessado de combater, e consideravam com terror aquele espectáculo, como se uma voz de cima lhes houvera dito que esse combate era um repto de morte. Dava-lho, porém, a conhecer um tremendo sinal: ambos destros no pelejar, nenhum curava de resguardar-se dos golpes do seu adversário, atento só a feri-lo. Naquelas almas repassadas de furor, dos dois pensamentos de vida e de morte, não cabia senão um, e era ao segundo que ambos exclusivamente se abandonavam.
Por fim o cavaleiro de Riba de Douro começou a levar visivelmente a melhoria ao generoso alferes-mor. Este não previra o recontro que o aguardava: o ódio de Egas havia, porém,