com os edifícios burgueses, servem como vasto tapete, onde assentam os panos de muros alvos, e os telhados vermelhos e aprumados das casas modestas dos peões? Não vedes, digo, a alpendrada de uma igreja, a portaria de um ascetério, a grimpa de um campanário? É o Mosteiro de D. Mumadona: é um claustro de monges negros; é a origem desse burgo, do castelo roqueiro e dos seus paços reais. Havia duzentos anos que neste vale viviam apenas alguns servos, que cultivavam a vila ou herdade de Vimaranes. Mas o mosteiro edificou-se, e a povoação nasceu. O ameno e aprazível sítio atraiu os poderosos: o conde Henrique quis aí habitar algum tempo, e sobre as ruínas de um fraco e pequeno castelo, a que os monges se acolhiam ante o assolador tufão das correrias dos Mouros, se alevantou aquela máquina. O trato e freqüência da corte enriqueceu os burgueses: muitos francos, vindos em companhia do conde, aí se tinham estabelecido, e os homens de rua, ou moradores do burgo, constituíram-se em sociedade civil. Então surgiu o município: e essas casas, aparentemente humildes, encerravam já uma porção do fermento da resistência antiteocrática e antiaristocrática, que, espalhado gradualmente pelo
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Aspeto