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Página:O bobo (1910).djvu/78

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com o excesso da opressão, respondeu à violência com o brado de guerra? Os senhores e infanções portugueses não o crêem. Se o cressem não o teriam escutado: não o seguiriam aqueles que ora o seguem.

O bom do capelão não se deu por vencido e com inflexível tenacidade replicou:

— A rainha D. Teresa domina em Portugal; o conde de Trava é um conde, um rico-homem, um alcaide; mais nada. Os barões portugueses juraram-lhe lealdade a ela, e é contra ela que se rebelam. Dizei-me vós, senhor cavaleiro, de quem tendes vossas honras, coutos e préstamos? De quem, como vós, os têm eles?

— A rainha é a viúva do conde Henrique. Não queirais obrigar-me a dizer-vos o que acerca dela tumultua nesta alma. Basta que responda à vossa pergunta. As honras que possuo herdei-as de meus avós; os préstamos ganhei-os à lança e à espada: foi preço de sangue o que dei por eles. Preito e lealdade? Ricos-homens de Portugal guardam-no a quem lhes guarda seus foros. Têm estes sido guardados? Sabemo-lo nós: sabe-o Deus. Ele será o nosso juiz.

— O juízo de Deus - tornou Martim Eicha