O Cabelleira parou, e soltou-a.
— Que pretende vossê fazer, Luizinha? Não tem pai, não tem mãi, não tem quem por si olhe. Para onde quer ir?
— Quero matar-me aos pés de minha mãi.
— Isso nunca.
Sem esforço nem luta elle a desarmou em um momento.
Depois perguntou, com a voz mais branda do mundo:
— Matar-se porque, Luizinha? Não se lembra que me prometteu ser minha mulher quando um dia nos encontrassemos?
— Eu fiz esta promessa com uma condição, que vossê não cumpriu.
— Pois bem. Estou prompto a cumpril-a agora — tornou elle com ternura.
— Quer enganar-me, José? Para que eu acreditasse em suas palavras fôra preciso não o ter visto levantar ha pouco a faca para seu pai.
— É verdade; assim foi. Eu estava fóra de mim — respondeu com ar pezaroso que indicava remorso, vergonha e arrependimento do feio acto que tinha praticado. Mas que importa isso? continuou elle. O tanto matar já me aborrece, e eu quero mudar de vida.
— Não creio, não posso crer no que vossê diz — observou Luiza.