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Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/237

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Tirou o fuzil e a pedra do bacamarte, os quaes metteu na algibeira da vestia.

E por um desses sublimes impulsos que só visitam o homem uma vez na vida, arremessou a arma dentro do rio. Este acto foi seguido de outro que o completou e confirmou. Batendo com a faca sobre uma pedra que ficava na ribanceira, fez saltar dentro da agua metade da folha de aço que tinha cortado o fio de muitas vidas preciosas, e feito correr muito sangue innocente sobre a terra.

O bandido obrou estas duas acções com tanta fé e grandeza d’alma, que Luiza correu a elle dominada de peregrina commoção, e o apertou em seus braços.

Só o deserto foi testemunha desta grande scena, porque elles estavam, como havia pouco, sós.

O menino que guardava a vasante havia desapparecido logo que ouvira pronunciar o nome do Cabelleira.

Os dous desconhecidos, um salvo das aguas, outro salvo do tiro imminente, tinham corrido a refugiar-se no seio da espessura.

— E agora, Luizinha, terá ainda alguma cousa que dizer de mim? perguntou José com ingenuidade infantil.

— Os meus rogos foram ouvidos por aquelle