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Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/279

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Oh! como appareceu carregada aos olhos do infeliz mancebo aquella doce natureza, onde acreditára que poderia estar ao abrigo da perseguição dos homens, e da fatalidade da sorte!

— Estou perdido para sempre, pensou elle. Cercado por todos os lados, sem companheiros que me auxiliem na evasão, sem uma arma com que possa abrir passagem entre os que me cercam, não poderei salvar-me.

Seu espirito cahiu em profunda meditação.

O cannavial estava litteralmente sitiado. No mesmo instante em que soube, por bocca de Marcolino, que o Cabeleira tinha passado do mato ao cannavial, o senhor do Engenho-novo reunira a fabrica passante de trezentos negros e os mandára pôr-se de guarda ao bandido.

    — Mortinho de fome,
    Sequinho de sêde,
    Só me sustentava.
    Em canninhas verdes.

    « — Vem cá, José Gomes,
    Anda me contar
    Como te prenderam
    No cannavial.

    — Eu me vi cercado
    De cabos, tenentes,
    Cada pé de canna
    « Era um pé de gente. »