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Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/33

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se mostrou aos seus olhos um corpo negro, oscillando debaixo da folhagem, ao brando ondear das aguas: era uma canôa que estava presa por uma corda ao tronco da ingazeira.

Depois de alguns momentos de espera não sem inquietação para os recem-chegados, um ruido que veio interromper o silencio reinante na margem, obrigou-os a pôr-se em armas por precaução. A corda rapidamente encurtando attrahiu sem auxilio visivel a canôa á margem e um corpulento canoeiro, nú da cintura para cima, arrastando uma vara pela mão, saltou á frente dos malfeitores.

— Sou eu, Cabelleira, sou eu.

— Theodosio ! Metteste-te em bôas.

— Eu estava escondido dentro na canôa para fazer um susto a vocês.

— A bom diabo te encommendaste hoje que o meu bacamarte mentiu fogo duas vezes — disse Cabelleira.

— Não fallemos mais nisso — acudiu Theodosio; celebraremos depois o caso. Por agora vamos ao que importa.

— Que é que ha?

— Não me estão vendo em figura de canoeiro? Vamos a ella emquanto é tempo.

Theodosio inclinou-se para passar aos dous um segrêdo que em pouco tempo foi por ambos comprehendido, e que entrou no