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Página:O cabelleira - historia pernambucana (1876).djvu/89

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triz não abateu de todo o seu cansado espirito. Uma forca havia sido levantada com ramos verdes no terreiro em sua ausencia, e della pendia por uma embira o coelho, minutos atrás cheio de vida, agora morto, o pescoço destendido, os bellos olhos empanados. José, não só não chorava, mas até se mostrava indifferente ao espectaculo repugnante, como si já não fosse o mesmo que poucos instantes antes havia manifestado os mais generosos sentimentos a favor da victima. O reverso deste recente passado representava-se agora aos olhos de Joanna: o pequeno prorompia em applausos a cada balanço que dava o corpo inanimado do animal que Joaquim, por entre chufas grosseiras e de máo gosto, impellia de quando em quando com a mão ensanguentada e tôrpe.

Joanna não pôde conter, diante da scena final daquella tragedia infame, a sua justa e bella indignação.

— Homem cruel, onde aprendeste esta lição indigna que acabas de ensinar a teu filho?

A esta angelica exprobração Joaquim respondeu com uma gargalhada de desprezo que retumbou por toda a vizinhança.

— Quem matou o coelho, José? perguntou Joanna ao menino, para o qual tinha a