exclamei, de olhos arregalados. Entretanto, permitta-me uma duvida. Si esse futuro ainda não existe, como o póde ver ?
— O 4 antes de ser escripto tambem não existe, no entanto o amigo o vê tão claro no presente 2 + 2 que o escreve incontinente.
O argumento calou fundo. Pisquei sete vezes, com a testa fortemente refranzida.
— O futuro não existe, continuou o sabio, mas possuo o meio de produzir o momento futuro que desejo.
Tonteado pelo tom categorico daquella affirmativa, não me atrevi a duvidar, e estava ainda apalermado com a maravilhosa revelação quando miss Jane appareceu, esplendida de formosura.
Esqueci toda aquella altissima sciencia, que já me fazia dôr de cabeça, e regalei os olhos na sua imagem perturbadora.
Saudou-me com um gesto amavel e disse, dirigindo-se ao professor :
— Tinha razão, meu pae. Já fiz o córte e só lá vi as eternas brancuras.
E, voltando-se para mim :
— Tem aprendido muita cousa, senhor Ayrton ?
— Mais que em toda a minha vida, miss Jane, e começo a bemdizer o acaso que me fez victima de um desastre.
— E está tão no começo ainda ! Quando entrar no segredo de tudo e puder ver dire-