Página:O cortiço.djvu/160

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como o lindo amor! Senhora do seu corpinho, que ela só entrega a quem muito bem lhe der na veneta!

— E Pombinha?... perguntou a visita. Não me apareceu ainda!...

— Ah! esclareceu Augusta. Não está ai, foi à sociedade de dança com a mãe.

E, como a outra mostrasse na cara não ter compreendido, explicou que a filha de Dona Isabel ia todas as terças, quintas e sábados, mediante dois mil-réis por noite, servir de dama numa sociedade em que os caixeiros do comércio aprendiam a dançar.

— Foi lá que ela conheceu o Costa... acrescentou.

— Que Costa?

— O noivo! Então a Pombinha já não foi pedida?

— Ah! sei...

E a cocote perguntou depois, abafando a voz:

— E aquilo?... Já veio afinal?...

— Qual! Não é por falta de boa vontade da parte delas, coitadas! Agora mesmo a velha fez uma nova promessa a Nossa Senhora da Anunciação... mas não há meio!

Daí a pouco, Augusta apresentou-lhe uma xícara de café, que Léonie recusou por não poder beber. "Estava em uso de remédios..." Não disse, porém, quais eram estes, nem para que moléstia os tomava.

— Prefiro um copo de cerveja, declarou ela.

E, sem dar tempo a que se opusessem, tirou da carteira uma nota de dez mil-réis, que deu a Agostinho para ir buscar três garrafas de Carls Berg.