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Página:O cortiço.djvu/277

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assanhada, que tão depressa era de Pedro como de Paulo! uma sirigaita, que vivia mais para a folia do que para o trabalho! uma peste, que... Não! Qual! Era lá possível?! Mas então por que ele não viera?... por que não vinha?... por que não dava noticias suas?... por que fora pela manhã à Ordem buscar a caixa da roupa?...

O Roberto Papa-Defuntos disfera-lhe que o encontrara às duas da tarde ali perto, ao dobrar da Rua Bambina, e que até pararam um instante para conversar. Com mais alguns passos chegado à casa! Seria possível, santos do céu! que o seu homem estivesse disposto a nunca mais tornar para junto dela?

Nisto entrou a outra, acompanhada por um pequeno descalço. Vinha satisfeita; estivera com Jerônimo, jantaram juntos, numa casa de pasto; ficara tudo combinado; arranjara-se o ninho. Não se mudaria logo para não dar que falar na estalagem, mas levaria alguma roupa e os objetos mais indispensáveis e que não dessem na vista por ocasião do transporte. Voltaria no dia seguinte ao cortiço, onde continuaria a trabalhar; à noite iria ter com o novo amante, e, no fim de uma semana — zás! fazia-se a mudança completa, e adeus coração! — Por aqui é o caminho! O cavouqueiro, pelo seu lado, mandaria uma carta a João Romão, despedindo-se do seu serviço, e outra à mulher, dizendo com boas palavras que, por uma dessas fatalidades de que nenhuma criatura está livre, deixava de viver em companhia dela, mas que lhe conservaria a mesma estima e continuaria a pagar o colégio da filha; e, feito isto, pronto! entraria em vida nova, senhor da sua mulata,