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Página:O cortiço.djvu/79

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a Piedade atracada com um velho relógio de parede e com uma grande trouxa de santos e palmas bentas. E assim atravessaram o pátio da estalagem, entre os comentários e os olhares curiosos dos antigos moradores, que nunca viam sem uma pontinha de desconfiança os inquilinos novos que surgiam.

— O que será este pedaço de homem? indagou a Machona da sua vizinha de tina, a Augusta Carne-Mole.

— A modos, respondeu esta, que vem para trabalhar na pedreira. Ele ontem andou por lá um ror de tempo com o João Romão.

— Aquela mulher que entrou junto será casada com ele?

— É de crer.

— Ela me parece gente das ilhas.

— Eles o que têm é muito bons trastes de seu! interveio a Leocádia. Uma cama que deve ser um regalo e um toucador com um espelho maior do que aquela peneira!

— E a cômoda, você viu, Nhá Leocádia? perguntou Florinda, gritando para ser ouvida, porque entre ela e a outra estavam a Bruxa e a velha Marciana.

— Vi, Rico traste!

— E o oratório, então? Muito bonito!...

— Vi também. É obra de capricho. Não! eles sejam lá quem for, são gente arranjada... Isso não se lhes pode negar!

— Se são bons ou maus só com o tempo se saberá!... arriscou Dona Isabel.