Página:O demônio familiar.djvu/133

Wikisource, a biblioteca livre

PEDRO (rindo-se) – Ora!... Nhonhô pede dinheiro a mamãe e compra luneta.

JORGE – Para quê?

PEDRO – Sem isto não se namora. Quando nhonhô tiver luneta, prende no canto do olho, e deita para a moça. Ela começa logo a se remexer e a ficar cor de pimentinha malagueta. Então rapaz fino volta as costas, assim como quem não faz caso; e moça só espiando ele. Dai a pouco, fogo, luneta segunda vez; ela volta a cara para o outro lado, mas está vendo tudo! Nhonhô deixa passar um momento, fogo, luneta terceira vez; ai moça não resiste mais, cai por força, com o olho requebrado só, namoro está ferrado. Rapaz torce o bigodinho... Mas V.M.ce não tem bigode!...

JORGE – Olha! Não tarda nascer!

PEDRO – Qual! Está liso como um frasco!

JORGE (ouvindo entrar) – Quem é?

PEDRO – Velho tabaquista!

JORGE – Que vai casar com mamãe.

PEDRO – Psiu! Não diga nada, não!