Página:O demônio familiar.djvu/20

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branco de castor, deste de aba revirada; chapéu fino; custa caro! Sobrecasaca assim meio recortada, que tem um nome francês; calça justinha na perna; bota do Dias; bengalinha desse bicho, que se chama unicorne. Se nhanhã chegar na janela depois do almoço há de ver ele passar, só gingando: Tchá, tchá, tchá... Hum!... Moço bonito mesmo!

CARLOTINHA – Melhor para ele; não faltará a quem namore. PEDRO – Não falta, não; mas ele só gosta de nhanhã. Quando passa, nhanhã não vê; mas eu, cá de baixo, estou só espreitando. Vai olhando para trás, de pescocinho torto! Porém nhanhã não faz caso dele!

CARLOTINHA – É um desfrutável! Está sempre a torcer o bigode!

PEDRO – É da moda, nhanhã! Aquele bigodinho, assim enroscado, onde nhanhã vê, é um anzol; anda só pescando coração de moça.

CARLOTINHA – Moleque, se tu me falares mais em semelhante coisa, conto a teu senhor. Olha lá! PEDRO – Está bom, nhanhã; não precisa se zangar. Eu digo ao moço que nhanhã não gosta dele, que ele tem uma cara de frasquinho de cheiro...

CARLOTINHA – Dize o que tu quiseres, contanto que não me contes mais histórias.