leito do rio, que diante dele desdobra seu esteiro límpido e profundo; mas nem isso o detém em sua desatinada carreira, e vai como um ébrio em delírio arrojar-se na torrente.
— Quem vai lá? brada de um lado uma voz áspera e breve.
Itajiba parou sobressaltado, e olha para o lado donde partira a voz: uma canoa estava amarrada à margem, e sentado à popa acha-se um vulto de porte altivo.
— Ainda há pouco, responde Itajiba, eu era Itajiba, o valente e glorioso chefe dos Chavantes; agora sou Gonçalo o foragido!
— Itajiba ou Gonçalo, como quer que te chames, não vás procurar a morte nas águas desse rio, que te repelirá de seu seio. Tens estreitas contas a ajustar comigo; tua vida me pertence.
— E tu quem és, que assim ousas falar-me?
— Pois já não conheces Inimá?
— Inimá!
— Sim, Inimá, esse que cuidaste atravessar com tua flecha no braços de Guaraciaba, mas que ainda aqui te espera para ultimar sua vingança.
— Cobarde! ah! quanto folgo de encontrar-te aqui! bem vejo que foste tu que urdiste a trama infernal que me perdeu...
— Pois pensavas acaso que eu de bom grado consentiria