e crivado de golpes não fez mais impressão sobre o espírito daqueles ferozes selvagens, do que o de uma fera que em uma partida de caça acabassem de matar e arrastar para as tabas.
Mas não assim para Guaraciaba, que ao ver aquele belo e garboso mancebo, em cujo rosto inanimado ressumbrava a altivez e galhardia, todo pisado e banhado em sangue, sentiu agitar-lhe o seio um sentimento insólito de interesse e compaixão.
Gonçalo, recolhido em um dos compartimentos da taba do cacique, foi ali deitado sobre um leito de macias peles e confiado aos cuidados de Andiara, o mais venerável e mais sábio dos pajés, e que primava na arte de curar golpes e toda a qualidade de enfermidades. Guaraciaba prestou-se graciosamente a auxiliá-lo, e quis ser ela mesma com encantadora solicitude a enfermeira do prisioneiro ferido. Andiara examinou com atenção o corpo de Gonçalo, e reconhecendo que a vida ainda não o tinha de todo abandonado, administrou-lhe os primeiros cuidados e concebeu esperanças de salvá-lo.
Inimá, sombrio e cabisbaixo, retirou-se no fundo de sua taba, ruminando na mente as cruéis palavras de Oriçanga e entregue aos mais sinistros pressentimentos.
Enquanto Gonçalo sem sentidos jaz entre a vida e a morte, entregue aos cuidados do pajé e da mimosa