pai, e com prazenteiro e ingênuo sorriso diz-lhe:
— Meu pai, ele vive!
— Quem, filha?... o imboaba?
— Sim, o estrangeiro, meu pai; esta madrugada abriu os olhos e
falou...
— Bem, minha filha! dá graças a Tupá, que nos envia um herói dos imboabas para ser imolado no dia em que eu te entregar nos braços de Inimá como companheira de sua taba. Excelente agouro, que promete a perpetuação dos heróicos caciques do sangue de meus avós! O sacrifício desse sanhudo e valente imboaba será mais grato a Tupá do que se imolássemos um cento de vítimas ordinárias, e os céus serão propícios à tua união.
— Mas, meu pai, tu te enganas, esse prisioneiro não é um imboaba; ele é, como nós, filho e Tupá, fala a língua das florestas, e odeia como nós a raça de nossos perseguidores.
— E que manitó celeste, ou que pajé inspirado revelou-te esse mistério?...
— Ele; ele mesmo mo disse.
— E acreditaste!... não sabes que a mentira, o embuste, a traição andam sempre nos lábios dessa gente pérfida e cruel?
— Oh! não... sua voz, suas falas, sua figura não são do imboaba; nelas respira o espírito de