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Página:O escândalo do petroleo.pdf/30

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Monteiro Lobato

Esse titulo de artigo, essa pilherica interrogação vai-se perpetuando a despeito do tremendo afluxo de sinais de petroleo, de vestigios de petroleo, de emanações de petroleo, de eflorescencias de petroleo e até de exudações fortemente ativas de petroleo que o Brasil apresenta.

Não falarei do Amazonas, nem do Pará, nem do Maranhão, onde abundam todos os sinais que levaram povos menos lerdos a extrairem da terra milhões de barris de oleo; nem de Alagoas, onde, no unico ponto estudado a serio (Riacho Doce), a geofisica alemã acaba de assinalar todas as condições classicas exigidas para a existencia do petroleo; nem de toda a costa nordestina da qual Riacho Doce é um ponto; nem do petroleo do Lobato, na Baía, oficialmente perseguido por ter... o meu nome; nem do petroleo do Espirito Santo, que vive a manifestar-se em inumeros pontos; nem do que indubitavelmente existe na região fluminense das lagoas. Não falarei do petroleo de S. Paulo, onde só não saiu em virtude da sabotagem dos poços e da perseguição oficial ás companhias. Não falarei do Paraná, onde em torno do afloramento do devoneano os agentes dos trusts se assanham na péga de contratos. Nem de Santa Catarina, onde as evidencias são as mesmas que no Paraná. Por mais milhões de barris de petroleo que durmam nessas zonas, tudo isso não passa de café pequeno diante do formidavel lago de pe-