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O Escandalo do Petroleo
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luções, entrematam-se, insultam-se, acusam-se de mil crimes, inventam que o pantano permanece pantano “porque ha uma crise moral cronica”. O mal das rãs é julgar que sons resolvem problemas economicos. Trocam o som “monarquia” pelo som “republica nova”. Depois inventam sons ineditos — “reajustamento”, “congelados”, “integralismo”. O proprio das rãs é esse excessivo pendor musical. Querem sonoridades apenas. “Somos o maior país do mundo”. “Temos o maior rio do mundo”. “Nossas riquezas são inesgotaveis”, etc. Enchem o ar dessas musicas — e mandam o ministro da fazenda correr Nova York e Londres de chapeu na mão a pedir coisas.


Se a rã esquecesse um pouco dos seus queridos sons e olhasse em redor de si, veria que está perpetuamente rã porque só dispõe da fórma de carbono mais rudimentar — a lenha. Não pode portanto aumentar o seu indice de eficiencia, muito perto ainda da do homem natural. Como não encontrou carvão facil e otimo em seu territorio, que substituisse a lenha, nem teve a elementar ideia de furar o chão para abrir fontes de petroleo, vê-se o brasileiro obrigado a adquirir, em troca de ouro, o magro carbono indispensavel á movimentação do pequeno parque de progresso que conseguiu montar. Atrazou-se na maquinização da sua estrutura economica por falta de ferro (que não tem porque