Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/140

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SAMUEL – Nada. Eu incumbo-me de salvar-vos. Tranquilizai-vos!

FR. PEDRO – O perigo não me assusta, Samuel; porém ainda duvido que as vossas previsões se realizem. O marquês de Pombal, com toda a sua audácia, não se animava a ofender o poder de Roma.

SAMUEL – Não o ofendeu, frei Pedro, comprou-o. Roma já foi a rainha do universo; hoje é apenas uma messalina que se vende ao ouro do estrangeiro.

FR. PEDRO – Contudo! O Instituto não podia ser indiferente.

SAMUEL – O tempo em que o Instituto lutava com o Papa e os soberanos passou; os gerais Santo Inácio de Loyola, Francisco de Bórgia e Cláudio Acquaviva não tiveram sucessor. (Ouve-se bater fora.)

FR. PEDRO (assustado.) – Batem à porta do convento!

SAMUEL – Mandai abrir, e reuni a comunidade para receber